Questões de Filosofia

Assunto Geral

Banca CESPE

SEDU ES - Professor de Filosofia

Ano de 2008

Aprender é um modo de tomar posse, de apropriar-se.
Aprender a conhecer o sentido constitui a base de sustentação e o fundamento de possibilidade para qualquer outro aprender.
O que no ensino se dá e se presta, não são conteúdos, doutrinas, técnicas, em uma palavra, informações apenas. São condições e indicações para se tomar e aprender por si mesmo o que já se tem. Por isso, se alguém aprende e toma apenas conteúdos, doutrinas e técnicas, se armazena apenas informações, não aprende. Pois, aprender não é acumular, como crescer não é aumentar de tamanho. O professor é realmente professor e na medida em que for mais radicalmente aluno, estudante. Pois ensinar exige e impõe a ascese de aprender.
Emanuel Carneiro Leão. In: Aprendendo a pensar, p. 46 (com adaptações).
Considerando o texto acima e tendo em vista a metodologia de ensino de filosofia, julgue os itens a seguir.

Na filosofia para o ensino médio, a busca de estruturas identificadoras de situações (topoi) prejudica o desenvolvimento das condições de inteligibilidade da problemática filosófica.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESPE

SEDU ES - Professor de Filosofia

Ano de 2008

Aprender é um modo de tomar posse, de apropriar-se.
Aprender a conhecer o sentido constitui a base de sustentação e o fundamento de possibilidade para qualquer outro aprender.
O que no ensino se dá e se presta, não são conteúdos, doutrinas, técnicas, em uma palavra, informações apenas. São condições e indicações para se tomar e aprender por si mesmo o que já se tem. Por isso, se alguém aprende e toma apenas conteúdos, doutrinas e técnicas, se armazena apenas informações, não aprende. Pois, aprender não é acumular, como crescer não é aumentar de tamanho. O professor é realmente professor e na medida em que for mais radicalmente aluno, estudante. Pois ensinar exige e impõe a ascese de aprender.
Emanuel Carneiro Leão. In: Aprendendo a pensar, p. 46 (com adaptações).
Considerando o texto acima e tendo em vista a metodologia de ensino de filosofia, julgue os itens a seguir.

A posição crítica do discente não se consubstancia com a simples discussão, nem com a confrontação de posições contrárias ou mesmo com a doação de soluções pelo professor e sim com a sua estruturação de questões fundamentais.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESPE

SESI - SP - Analista Pedagógico - Filosofia

Ano de 2008

Não se trata, portanto, de estudar a história da filosofia porque na seqüência dos filósofos existe algo em si mesmo educativo. O valor educativo está em cada um dos grandes clássicos da filosofia, pois nele existe o tormento do pensamento.
M. Trombino. Elementi di didattica teórica della filosofia. Bologna, Calderini, 1999, p. 32 ( com adaptações ).

A partir da compreensão do uso da história da filosofia para o ensino apresentada no texto acima, assinale a opção correta.

a) O estudo da história da filosofia é, na seqüência dos filósofos, por si mesma educativa.
b) É preciso aproximar o aluno aos clássicos da filosofia para que apreenda os conteúdos fundamentais da filosofia.
c) O estudo da história da filosofia é a história de indivíduos atormentados.
d) O que a história da filosofia ensina é a compreender o tormento, a inquietude por maior conhecimento e reflexão que moveu os filósofos desde a Antiguidade.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESPE

SESI - SP - Analista Pedagógico - Filosofia

Ano de 2008

Para que se possa falar realmente de história da filosofia, em sua completude, parece-me necessário estabelecer uma relação teorética, isto é, um diálogo com o clássico: pondo a ele perguntas (as nossas, as de sempre) e avaliando suas respostas às mesmas. Sem esta relação vital com o clássico a história da filosofia se torna passatempo de colecionador e o professor de filosofia, antiquário de loja de antiguidades. Especialmente para este diálogo torna-se necessária a superação de uma pretensa postura de neutralidade do historiador da filosofia (no nosso caso, do professor): será preciso declarar explicitamente sua postura filosófica para que essa mesma possa ser avaliada e colocada "na mesa".
G. Cornelli. A lição dos clássicos: algumas anotações sobre a história da filosofia na sala de aula. In: S. e Danelon G. M. Gallo e G. Cornelli. Ensino de filosofia: teoria e prática. Unijuí, 2004, p. 194 ( com adaptações ).

Tendo o texto acima como referência, assinale a opção correta acerca da história da filosofia.

a) A história da filosofia é inútil para o desenvolvimento da reflexão teorética.
b) A história da filosofia é um passatempo de colecionador de antiguidades.
c) Para que uma história da filosofia se torne ensino de filosofia é necessária uma relação vital com o clássico.
d) O historiador da filosofia precisa manter-se neutro na frente dos clássicos.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESPE

SESI - SP - Analista Pedagógico - Filosofia

Ano de 2008

A partir da metade dos anos 60 do século passado, no Brasil, a consciência de seu caráter de continente periférico, alheio às decisões mundiais, apêndice dos blocos de poder, substituiu a euforia desenvolvimentista. Sua marginalidade, agravada, a partir dos anos 80, pela recessão econômica, só parece compatível com as estritas análises político-econômicas (...). O tratamento filosófico das questões era confundido com o ecletismo e o antiexperimentalismo da época colonial, sendo então tomado como traço de letrados tradicionais e incapazes de contribuir para a solução prática dos problemas (...). Essa alergia à reflexão filosófica se mostra, na conjuntura atual, pela incapacidade de lidar com a interpretação da cultura senão como prolongamento da conjuntura político-econômica.
Luiz Costa Lima. Apud F. Ceppas. Anotações sobre a formação filosófica no Brasil e o ensino de filosofia. In: S. Gallo, M. Danelon e G. Cornelli. Ensino de filosofia: teoria e prática. Ed. Unijuí, 2004 ( com adaptações ).

A partir das idéias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

a) O desprezo histórico da filosofia no Brasil é resultado de sua origem na época colonial.
b) Os filósofos são incapazes de contribuir à solução prática dos problemas de um país em desenvolvimento.
c) O filósofo, no Brasil, é considerado, pela cultura majoritária, um elemento moderno da cultura, capaz de contribuir com o desenvolvimento do país.
d) A cultura é interpretada, no Brasil, como prolongamento da conjuntura econômica.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESPE

SESI - SP - Analista Pedagógico - Filosofia

Ano de 2008

No final de as Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, Marco Pólo e o Kublai Kan travam um diálogo sobre a cidade última, para onde todos os nossos caminhos nos levam. Kublai - É tudo inútil, se o último porto só pode ser a cidade infernal, que está lá no fundo e que nos suga em um vórtice cada vez mais estreito. Responde Pólo - O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.
I. Calvino. As cidades invisíveis. São Paulo, Ed. Folha de São Paulo, 2003, p. 158 ( com adaptações ).

Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta.

a) A filosofia não se interessa pelas realidades últimas e pelo sofrimento pelo fim de tudo.
b) Kublai Kan não é ocidental e, por esse motivo, não se preocupa com o inferno e o final dos tempos e do ser humano.
c) Aceitar que o inferno são os outros e viver estoicamente resignado é a única atitude filosófica possível.
d) A filosofia pode ser pensada como uma busca por distinguir, no meio do inferno, sinais de esperança.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESPE

SESI - SP - Analista Pedagógico - Filosofia

Ano de 2008

Uma das figuras privilegiadas na adoção do poder pastoral pelo Estado moderno, nas instituições educacionais, é a figura do professor-pastor. Ele assume a responsabilidade pelas ações e pelo destino da turma e de cada um de seus integrantes. Ele se encarrega de cuidar do bem e do mal que possam acontecer dentro da sala de aula. Ele responde por todos os pecados que possam ser cometidos no seu espaço. Embora assuma modalidades leves e participativas, entre o professor e a turma há uma relação de submissão absoluta; sem o professor os alunos não saberiam o que fazer, como aprender, de qual maneira comportar-se. O professor ganhará a confiança de cada aluno para que ele lhe confie seus desejos, angústias e ilusões. Por último, lhe ensinará que sem alguma forma de sacrifício ou renúncia seria impossível desfrutar de uma vida feliz e de uma sociedade justa.
Walter Kohan. Infância: entre educação e filosofia. Belo Horizonte. Autêntica, 2003, p. 87-8 ( com adaptações ).

A partir das idéias desenvolvidas no texto acima, assinale a opção correta.

a) O poder pastoral, conceito elaborado por Foucault em seus escritos mais recentes, revela-se como modelo para a atuação do professor de filosofia.
b) O poder pastoral é a forma de poder que irá estruturar as tecnologias, os dispositivos do Estado moderno.
c) O ensino de filosofia, por meio de modalidades leves e participativas, deve visar o controle absoluto do educando.
d) O professor deve ganhar a confiança do aluno para que possa depois ensinar-lhe a necessidade do sacrifício.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESPE

SESI - SP - Analista Pedagógico - Filosofia

Ano de 2008

Não há ignorante que não saiba uma infinidade de coisas, e é sobre este saber, sobre esta capacidade em ato que todo ensino deve se fundar. Instruir (ensinar) pode, portanto, significar duas coisas absolutamente opostas: confirmar uma incapacidade pelo próprio ato que pretende reduzi-la, ou, inversamente, forçar uma capacidade que se ignora ou se denega a reconhecer e a desenvolver todas as conseqüências desse reconhecimento. O primeiro ato chama-se embrutecimento e o segundo, emancipação.
Jacques Ranciére. O mestre ignorante: cinco lições sobre emancipação intelectual. Belo Horizonte. Autêntica, 2002, p. 11-2 ( com adaptações ).

Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta.

a) Sócrates, que teria declarado "saber de nada saber", é o modelo de filósofo dos tempos mais antigos.
b) Ensinar é forçar o aluno a adquirir competências preestabelecidas.
c) O ensino é o preenchimento das lacunas de conhecimento do educando.
d) O ensino é sempre emancipatório.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESPE

SESI - SP - Analista Pedagógico - Filosofia

Ano de 2008

Por causa de sua pobreza, imputada à inutilidade da filosofia, Tales era alvo de escárnio; graças, porém, a seus conhecimentos de astronomia, ele previu, ainda em pleno inverno, que haveria uma abundante colheita de azeitonas; ele obteve, então, algum dinheiro e adquiriu os direitos de uso de todos os lagares em Miletos e Quios, pagando pouco porque ninguém competia com ele; quando chegou a época da extração do azeite, houve uma súbita procura de numerosos lagares ao mesmo tempo, e sublocando-os nas condições que quis ele ganhou muito dinheiro, provando que para o filósofo é fácil obter lucro quando ele quer, mas não é disso que ele cuida. Aristóteles. Política, 1259a ( Trad. Mário G. Cury ).

Com referência ao texto acima, assinale a opção correta.

a) A anedota reportada por Aristóteles indica a necessidade, para o filósofo, de evitar as preocupações mundanas e se dedicar exclusivamente à reflexão.
b) A preocupação com a vida prática é um tópico importante da reflexão filosófica desde os tempos antigos.
c) O elogio a Tales não esconde a reprovação por parte de Aristóteles por ele ser capaz de enriquecer.
d) A pobreza é necessária à filosofia.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESPE

SESI - SP - Analista Pedagógico - Filosofia

Ano de 2008

A redução do outro, a visão unilateral e a falta de percepção sobre a complexidade humana são os grandes empecilhos da compreensão. Outro aspecto da incompreensão é a indiferença. E, por este lado, é interessante abordar o cinema, que os intelectuais tanto acusam de alienante. Na verdade, o cinema é uma arte que nos ensina a superar a indiferença, pois transforma em heróis os invisíveis sociais, ensinando-nos a vê-los por um outro prisma. Charlie Chaplin, por exemplo, sensibilizou platéias inteiras com o personagem do vagabundo. Outro exemplo é Coppola, que popularizou os chefes da Máfia com O Chefão. No teatro, temos a complexidade dos personagens de Shakspeare: reis, gângsteres, assassinos e ditadores. No cinema, como na filosofia de Heráclito: "Despertados, eles dormem". Estamos adormecidos, apesar de despertos, pois, diante da realidade tão complexa, mal percebemos o que se passa ao nosso redor.
Edgar Morin. Os sete saberes necessários à educação do futuro.

Tendo como referência o texto acima e as idéias nele evocadas, assinale a opção correta.

a) Compreender o mundo é reduzi-lo a suas partes mínimas.
b) O cinema é alienante e ensina a indiferença para com os valores da sociedade.
c) Para compreender a complexidade que rodeia os humanos, necessita-se despertar para ela.
d) Somente a filosofia pode despertar os homens para a superação de sua visão unilateral do mundo e da complexidade humana.

A resposta correta é:

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