Questões de Português
Assunto Geral
Banca FCC
TCM - GO - Auditor de Controle Externo - Finalística Jurídica
Ano de 2015
Prazer sem humilhação
O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: A crase não existe para humilhar ninguém. Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: A arte não existe para humilhar ninguém, entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibilidade e inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena discutir: estamos mesmo em condições de escolher livremente as músicas de que gostamos?
Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o som altíssimo de graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar: houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as canções de outros países, os compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e enganoso do vende porque é bom, é bom porque vende?
Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que é importante buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um batidão se já ouviu música clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém.
João Cláudio Figueira, inédito
Considere as seguintes afirmações:
I. Têm significação equivalente, no 2o parágrafo, estes dois segmentos: estimular e desenvolver nossa sensibilidade e separem e hierarquizem as pessoas.
II. O autor se refere ao som altíssimo do que toca num carro que passa para ilustrar o caso de quem, diante de tantas opções reais, fez uma escolha de gosto discutível.
III. O que importa para a definição do nosso gosto é que se abram para nós todas as opções possíveis, para que a partir delas escolhamos a que de fato mais nos apraz.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) III.
c) II.
d) I e III.
e) I.
A resposta correta é:
Assunto Geral
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Ano de 2015
Prazer sem humilhação
O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: A crase não existe para humilhar ninguém. Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: A arte não existe para humilhar ninguém, entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibilidade e inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena discutir: estamos mesmo em condições de escolher livremente as músicas de que gostamos?
Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o som altíssimo de graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar: houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as canções de outros países, os compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e enganoso do vende porque é bom, é bom porque vende?
Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que é importante buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um batidão se já ouviu música clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém.
João Cláudio Figueira, inédito
O autor da crônica se reporta ao emprego da crase, ao sentido da arte em geral e ao da música clássica em particular. A tese que articula esses três casos e justifica o título da crônica é a seguinte:
a) É comum que nos sintamos humilhados quando não conseguimos extrair prazer de todos os níveis de cultura que se oferecem ao nosso desfrute.
b) Costumamos ter vergonha daquilo que nos causa prazer, pois nossas escolhas culturais são feitas sem qualquer critério ou disciplina.
c) A possibilidade de escolha entre os vários níveis de expressão da linguagem e das artes não deve cons tranger, mas estimular nosso prazer.
d) Tanto o emprego da crase como a audição de música clássica são reveladores do mau gosto de quem desconsidera o prazer verdadeiro dos outros.
e) Somente quem se mostra submisso e humilde diante da linguagem culta e da música clássica está em condições de sentir um verdadeiro prazer.
A resposta correta é:
Assunto Geral
Banca FCC
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Ano de 2015
Prazer sem humilhação
O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: A crase não existe para humilhar ninguém. Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: A arte não existe para humilhar ninguém, entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibilidade e inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena discutir: estamos mesmo em condições de escolher livremente as músicas de que gostamos?
Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o som altíssimo de graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar: houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as canções de outros países, os compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e enganoso do vende porque é bom, é bom porque vende?
Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que é importante buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um batidão se já ouviu música clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém.
João Cláudio Figueira, inédito
A diversidade de épocas e de linguagens em que as artes se manifestam
a) representa uma riqueza cultural para quem foi contemplado com uma inata e especial sensibilidade.
b) obriga o público a confiar no mercado, cujos critérios costumam respeitar tal diversidade.
c) não interessa ao gosto popular, que costuma cultivar as exigências artísticas mais revolucionárias.
d) constitui uma vantagem para quem se habilita a escolher de acordo com o próprio gosto.
e) cria uma impossibilidade de opções reais, razão pela qual cada um de nós aprimora seu gosto pessoal.
A resposta correta é:
Assunto Geral
Banca FCC
SEFAZ - PI - Auditor Fiscal da Fazenda Estadual - P1
Ano de 2015
Está redigida de maneira clara e em concordância com as orientações da gramática normativa a seguinte frase:,
a) Muitos dos colaboradores diretos se absteram de comentar o incidente, que, para dizer a verdade, o diretor não deu a mínima importância, mas que foi trazido à pauta por insistência da secretária.
b) Uma reunião que cabe à família solucionar problema interno candente deve transcorrer em clima harmonioso e de acolhimento, que costumam propiciar reflexões ponderadas.
c) Despretenciosa por natureza, não entregava-se à tentação de ostentar poder ou influência, mas era, segundo porta-vozes de distintos setores, uma das pessoas a cuja opinião mais se dava valor.
d) Acentuando com franqueza a mudança que empreendeu, daquela existência solitária e pacata para um modo de vida mais social e dinâmico, obteve o apoio de que necessitava para ir em frente.
e) Todos quiseram saber o por quê de seu repentino pedido de demissão, que acabou por espoliar o projeto, que vinha sendo encaminhado com perspectivas bastante favoráveis.
A resposta correta é:
Assunto Geral
Banca FCC
SEFAZ - PI - Auditor Fiscal da Fazenda Estadual - P1
Ano de 2015
Considere o texto que segue
1) A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o
nosso. Era menor geograficamente, porque até mesmo os homens mais instruídos e bem informados da época
digamos, um homem como o cientista e viajante Alexander von Humboldt (1769-1859) conheciam somente pedaços do mundo habitado.
Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente
5) ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das
montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido. A maior
parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência
dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar
tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Os principais contornos dos continentes e da maioria das
10) ilhas eram conhecidos, embora pelos padrões modernos não muito corretamente. O tamanho e a altura das cadeias das montanhas
da Europa eram conhecidos com alguma precisão, as localizadas em partes da América Latina o eram muito grosseiramente,
as da Ásia, quase totalmente desconhecidas, e as da África (com exceção dos montes Atlas), totalmente desconhecidas
para fins práticos. Com exceção dos da China e da Índia, o curso dos grandes rios do mundo era um mistério para todos
a não ser para alguns poucos caçadores, comerciantes ou andarilhos, que tinham ou podem ter tido conhecimento dos que
15) corriam por suas regiões. Fora de algumas áreas em vários continentes elas não passavam de alguns quilômetros terra a
dentro, a partir da costa o mapa do mundo consistia de espaços brancos cruzados pelas trilhas demarcadas por negociantes
ou exploradores. Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários
em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram.
(HOBSBAWM, Eric J. O mundo na década de 1780. In: A era das revoluções: Europa 1789-1848, tradução de Maria Tereza Lopes)
Teixeira e Marcos Penchel. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007, p. 23-24
A maior parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Na frase acima,
a) as unidades conectadas por meio da conjunção embora apresentam adequada correlação verbal; redação que equivale semanticamente à original, iniciada por Os conhecimentos humanos, estaria também adequada com a presença das formas "permaneceriam" e "já fosse explorada e mapeada".
b) a palavra insignificantes apresenta prefixo de igual natureza e sentido do notado em "ingerir".
c) a conjunção mas, mais do que introduzir uma contraposição, indica uma eliminação da ideia expressa anteriormente.
d) o segmento já tinha sido explorada e mapeada expressa ações realizadas anteriormente ao tempo tomado como parâmetro, a época de que trata o texto, a década de 1780.
e) o emprego do sinal indicativo da crase está condizente com a gramática normativa, assim como ocorre com o sinal presente na formulação "graças à notáveis e competentes navegadores do século XVIII".
A resposta correta é:
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Ano de 2015
Considere o texto que segue
1) A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o
nosso. Era menor geograficamente, porque até mesmo os homens mais instruídos e bem informados da época
digamos, um homem como o cientista e viajante Alexander von Humboldt (1769-1859) conheciam somente pedaços do mundo habitado.
Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente
5) ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das
montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido. A maior
parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência
dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar
tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Os principais contornos dos continentes e da maioria das
10) ilhas eram conhecidos, embora pelos padrões modernos não muito corretamente. O tamanho e a altura das cadeias das montanhas
da Europa eram conhecidos com alguma precisão, as localizadas em partes da América Latina o eram muito grosseiramente,
as da Ásia, quase totalmente desconhecidas, e as da África (com exceção dos montes Atlas), totalmente desconhecidas
para fins práticos. Com exceção dos da China e da Índia, o curso dos grandes rios do mundo era um mistério para todos
a não ser para alguns poucos caçadores, comerciantes ou andarilhos, que tinham ou podem ter tido conhecimento dos que
15) corriam por suas regiões. Fora de algumas áreas em vários continentes elas não passavam de alguns quilômetros terra a
dentro, a partir da costa o mapa do mundo consistia de espaços brancos cruzados pelas trilhas demarcadas por negociantes
ou exploradores. Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários
em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram.
(HOBSBAWM, Eric J. O mundo na década de 1780. In: A era das revoluções: Europa 1789-1848, tradução de Maria Tereza Lopes)
Teixeira e Marcos Penchel. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007, p. 23-24
(Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido. Considerado o acima transcrito, em seu contexto, afirma-se com correção:
a) Tanto é legítimo entender que o autor, transportando-se para a década de 1780, emprega a forma verbal era para descrever o que então era presente, quanto que a forma verbal era designa fato passado concebido como durativo.
b) A forma verbal seria foi empregada para expressar uma realidade possível, mas considerada pelo autor como pouco provável.
c) Se a formulação reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra fosse substituída por "no caso de se reduzirem a minúsculos segmentos da terra", a fidelidade à ideia original estaria mantida.
d) A frase introduzida pelo conector onde está gramaticalmente correta, assim como está correta a seguinte frase em que ele aparece: "Sua explanação foi clara, é onde se conclui que não haverá brecha para dúvidas".
e) Em os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das montanhas de Burma, constitui equívoco o emprego simultâneo de um artigo definido no plural e um no singular, visto que não se pode atribuir a este último um sentido genérico, como se tem no primeiro,
A resposta correta é:
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Considere o texto que segue
1) A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o
nosso. Era menor geograficamente, porque até mesmo os homens mais instruídos e bem informados da época
digamos, um homem como o cientista e viajante Alexander von Humboldt (1769-1859) conheciam somente pedaços do mundo habitado.
Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente
5) ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das
montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido. A maior
parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência
dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar
tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Os principais contornos dos continentes e da maioria das
10) ilhas eram conhecidos, embora pelos padrões modernos não muito corretamente. O tamanho e a altura das cadeias das montanhas
da Europa eram conhecidos com alguma precisão, as localizadas em partes da América Latina o eram muito grosseiramente,
as da Ásia, quase totalmente desconhecidas, e as da África (com exceção dos montes Atlas), totalmente desconhecidas
para fins práticos. Com exceção dos da China e da Índia, o curso dos grandes rios do mundo era um mistério para todos
a não ser para alguns poucos caçadores, comerciantes ou andarilhos, que tinham ou podem ter tido conhecimento dos que
15) corriam por suas regiões. Fora de algumas áreas em vários continentes elas não passavam de alguns quilômetros terra a
dentro, a partir da costa o mapa do mundo consistia de espaços brancos cruzados pelas trilhas demarcadas por negociantes
ou exploradores. Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários
em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram.
(HOBSBAWM, Eric J. O mundo na década de 1780. In: A era das revoluções: Europa 1789-1848, tradução de Maria Tereza Lopes)
Teixeira e Marcos Penchel. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007, p. 23-24
Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram. A frase acima respeita as orientações da gramática normativa no que se refere à concordância verbal e nominal, assim como ocorre com a seguinte frase:
a) Caso fosse registrado com mais rigor as informações dos caçadores, e também se elas fossem mais detalhadas, talvez mais se soubesse hoje sobre o conhecimento da época acerca dos rios da África.
b) Quaisquer que fossem as circunstâncias, mais favoráveis, ou menos favoráveis, cada habitante sempre enfrentava algo do mistério sobre as cadeias de montanhas que lhe eram próximas.
c) Se não fosse, naquela época, as ações de certos viajantes, muito do que se sabe hoje permaneceria incógnito.
d) Fosse qual fossem as informações prestadas por andarilhos, tiveram todas sua utilidade para o conhecimento do mundo do século XVIII.
e) Fossem quais fosse as intenções dos informantes, o fato é que aquilo que notificaram recebeu registro, ainda que as notícias fossem descuidadas,
A resposta correta é:
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Considere o texto que segue
1) A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o
nosso. Era menor geograficamente, porque até mesmo os homens mais instruídos e bem informados da época
digamos, um homem como o cientista e viajante Alexander von Humboldt (1769-1859) conheciam somente pedaços do mundo habitado.
Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente
5) ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das
montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido. A maior
parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência
dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar
tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Os principais contornos dos continentes e da maioria das
10) ilhas eram conhecidos, embora pelos padrões modernos não muito corretamente. O tamanho e a altura das cadeias das montanhas
da Europa eram conhecidos com alguma precisão, as localizadas em partes da América Latina o eram muito grosseiramente,
as da Ásia, quase totalmente desconhecidas, e as da África (com exceção dos montes Atlas), totalmente desconhecidas
para fins práticos. Com exceção dos da China e da Índia, o curso dos grandes rios do mundo era um mistério para todos
a não ser para alguns poucos caçadores, comerciantes ou andarilhos, que tinham ou podem ter tido conhecimento dos que
15) corriam por suas regiões. Fora de algumas áreas em vários continentes elas não passavam de alguns quilômetros terra a
dentro, a partir da costa o mapa do mundo consistia de espaços brancos cruzados pelas trilhas demarcadas por negociantes
ou exploradores. Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários
em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram.
(HOBSBAWM, Eric J. O mundo na década de 1780. In: A era das revoluções: Europa 1789-1848, tradução de Maria Tereza Lopes)
Teixeira e Marcos Penchel. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007, p. 23-24
Compreende-se corretamente do texto:
a) O mapa do mundo, no século XVIII, era esboçado por linhas que definiam os caminhos a serem trilhados por nego ciantes e exploradores, esboço que se diferenciava do delineamento preciso de poucas áreas litorâneas dos continentes.
b) A variação que se constata na precisão com que eram medidos o tamanho e a altura das montanhas dos distintos continentes deve ser atribuída à distinta prática dos habitantes locais no que se refere a esse tipo de mapeamento, prática que chegava, por exemplo, na África, a ser totalmente desconhecida.
c) Os padrões modernos de mapeamento de um território tornam inadmissível considerar que no século XVIII os principais contornos dos continentes e da maioria das ilhas eram conhecidos.
d) É incontestável o fato de que, no século XVIII, os caçadores, comerciantes e andarilhos conheciam o curso dos grandes rios das regiões por onde costumeiramente circulavam, excetuando-se os da China e da Índia.
e) Muito do que se sabe sobre o mapa do mundo no século XVIII se deve ao registro, em locais longínquos, de notícias informais, por meio das quais se passavam adiante informações ouvidas de outros.
A resposta correta é:
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Considere o texto que segue
1) A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o
nosso. Era menor geograficamente, porque até mesmo os homens mais instruídos e bem informados da época
digamos, um homem como o cientista e viajante Alexander von Humboldt (1769-1859) conheciam somente pedaços do mundo habitado.
Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente
5) ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das
montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido. A maior
parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência
dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar
tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Os principais contornos dos continentes e da maioria das
10) ilhas eram conhecidos, embora pelos padrões modernos não muito corretamente. O tamanho e a altura das cadeias das montanhas
da Europa eram conhecidos com alguma precisão, as localizadas em partes da América Latina o eram muito grosseiramente,
as da Ásia, quase totalmente desconhecidas, e as da África (com exceção dos montes Atlas), totalmente desconhecidas
para fins práticos. Com exceção dos da China e da Índia, o curso dos grandes rios do mundo era um mistério para todos
a não ser para alguns poucos caçadores, comerciantes ou andarilhos, que tinham ou podem ter tido conhecimento dos que
15) corriam por suas regiões. Fora de algumas áreas em vários continentes elas não passavam de alguns quilômetros terra a
dentro, a partir da costa o mapa do mundo consistia de espaços brancos cruzados pelas trilhas demarcadas por negociantes
ou exploradores. Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários
em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram.
(HOBSBAWM, Eric J. O mundo na década de 1780. In: A era das revoluções: Europa 1789-1848, tradução de Maria Tereza Lopes)
Teixeira e Marcos Penchel. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007, p. 23-24
É legítima a seguinte afirmação:
a) Os contornos do mundo, na década de 1780, quer em escala menor, quer em maior, não eram acessíveis ao cidadão co mum, como os camponeses, sobretudo os não alfabetizados.
b) Dado o recorte feito no texto original, o leitor não tem acesso, no trecho transcrito, a argumentação que embase a ideia de que a contradição manifesta na primeira frase seja aparente.
c) A argumentação desenvolvida no trecho transcrito evidencia que o relativo desconhecimento dos fenômenos geológicos no século XVIII foi responsável pela compreensão generalizada de que o mundo, nessa época, era bastante menor.
d) A exploração da superfície dos oceanos não atingiu relevância no século XVIII porque o conhecimento dos mares não tinha, à época, aplicabilidade prática.
e) As informações sobre o mundo obtidas na década de 1780 são de pouca utilidade para estudos contemporâneos, a não ser aquelas produzidas por cientistas e viajantes notáveis, como Humboldt e Cook,
A resposta correta é:
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Considere o texto que segue
1) A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o
nosso. Era menor geograficamente, porque até mesmo os homens mais instruídos e bem informados da época
digamos, um homem como o cientista e viajante Alexander von Humboldt (1769-1859) conheciam somente pedaços do mundo habitado.
Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente
5) ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das
montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido. A maior
parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência
dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar
tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Os principais contornos dos continentes e da maioria das
10) ilhas eram conhecidos, embora pelos padrões modernos não muito corretamente. O tamanho e a altura das cadeias das montanhas
da Europa eram conhecidos com alguma precisão, as localizadas em partes da América Latina o eram muito grosseiramente,
as da Ásia, quase totalmente desconhecidas, e as da África (com exceção dos montes Atlas), totalmente desconhecidas
para fins práticos. Com exceção dos da China e da Índia, o curso dos grandes rios do mundo era um mistério para todos
a não ser para alguns poucos caçadores, comerciantes ou andarilhos, que tinham ou podem ter tido conhecimento dos que
15) corriam por suas regiões. Fora de algumas áreas em vários continentes elas não passavam de alguns quilômetros terra a
dentro, a partir da costa o mapa do mundo consistia de espaços brancos cruzados pelas trilhas demarcadas por negociantes
ou exploradores. Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários
em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram.
(HOBSBAWM, Eric J. O mundo na década de 1780. In: A era das revoluções: Europa 1789-1848, tradução de Maria Tereza Lopes)
Teixeira e Marcos Penchel. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007, p. 23-24
Observada a organização do texto, é plausível o que se afirma em:
a) (linhas 10 a 13) O fato de os segmentos com alguma precisão, muito grosseiramente, quase totalmente desconhecidas e totalmente desconhecidas caracterizarem o mesmo núcleo - O tamanho e a altura das cadeias das montanhas - é que propicia o entendimento de que a série vai do grau mais exato ao menos exato.
b) (linha 10) A expressão não muito corretamente suaviza o peso da real avaliação feita pelo autor, que, se estivesse explícita, teria necessariamente a forma "totalmente errada".
c) (linha 1) O numeral em A primeira coisa a observar é marcador que impõe as seguintes pressuposições: a ) há outros fatores a serem observados; b) essa primeira coisa a observar é, como em todos os contextos, a mais relevante.
d) (linha 2) A delimitação operada pelo emprego de geograficamente faz supor a existência de outros critérios, além do geo gráfico, para se avaliar o tamanho do mundo, por exemplo, o critério demográfico.
e) (linha 4) O emprego da palavra "conhecidos", se devidamente observadas as aspas que a acompanham, define a equivalência semântica entre "o mundo habitado na década de 1780" e "os mundos conhecidos".
A resposta correta é: