Questões de Português

Assunto Geral

Banca FCC

SEFAZ - PI - Auditor Fiscal da Fazenda Estadual - P1

Ano de 2015

Considere o trecho abaixo transcrito

1) Como costumo dizer, estou a cada momento descobrindo o óbvio. É que, às vezes, o óbvio, por ser óbvio, esconde o
mistério, ou, pelo menos, é o que me parece.
Uma das coisas óbvias que descobri é que muito troço na vida resulta, em boa parte, do acaso.
Sei que há pessoas que pensam o contrário, pois acreditam que tudo o que acontece já estava determinado. Acho isso
5) difícil, quando mais não seja porque, sem falar no resto, só de gente no planeta há atualmente muitos bilhões. Já imaginou o
que seria prever e determinar tudo o que deve ocorrer com essa quantidade de gente a cada minuto?
Bem, não vou discutir esse tema porque não é ele que me traz a essa conversa com você. Acho fascinante ainda que um tanto assustador
o fato de que o que pode nos acontecer seja imprevisível. Faz da vida uma aventura, e o jeito é torcer
por um "happy end".
10) Mas o melhor mesmo é não se preocupar com isso e deixar o barco correr solto. Isso não significa não tentar fazer com
que tudo dê certo, ou seja, que busquemos o melhor, a felicidade, a alegria.
É como no futebol: a função do técnico é treinar o time para que faça mais gols do que leve. Assim na vida como no jogo.

GULLAR, Ferreira Necessidade. Folha de S.Paulo, E, ilustrada, domingo, 30/11/2014

Observe a acepção que segue, constante de dicionário da língua portuguesa:

Fraseologia
*substantivo feminino. Rubrica: gramática, lexicologia, linguística. frase ou expressão cristalizada, cujo sentido geralmente não é literal; frase feita, expressão idiomática.

Sob esse parâmetro, é correto considerar como exemplo de fraseologia o que se tem na alternativa:

a) só de gente no planeta há atualmente muitos bilhões.
b) Já imaginou o que seria prever e determinar tudo o que deve ocorrer?
c) Como costumo dizer.
d) muito troço na vida resulta.
e) deixar o barco correr solto.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca FCC

SEFAZ - PI - Auditor Fiscal da Fazenda Estadual - P1

Ano de 2015

Considere o trecho abaixo transcrito

1) Como costumo dizer, estou a cada momento descobrindo o óbvio. É que, às vezes, o óbvio, por ser óbvio, esconde o
mistério, ou, pelo menos, é o que me parece.
Uma das coisas óbvias que descobri é que muito troço na vida resulta, em boa parte, do acaso.
Sei que há pessoas que pensam o contrário, pois acreditam que tudo o que acontece já estava determinado. Acho isso
5) difícil, quando mais não seja porque, sem falar no resto, só de gente no planeta há atualmente muitos bilhões. Já imaginou o
que seria prever e determinar tudo o que deve ocorrer com essa quantidade de gente a cada minuto?
Bem, não vou discutir esse tema porque não é ele que me traz a essa conversa com você. Acho fascinante ainda que um tanto assustador
o fato de que o que pode nos acontecer seja imprevisível. Faz da vida uma aventura, e o jeito é torcer
por um "happy end".
10) Mas o melhor mesmo é não se preocupar com isso e deixar o barco correr solto. Isso não significa não tentar fazer com
que tudo dê certo, ou seja, que busquemos o melhor, a felicidade, a alegria.
É como no futebol: a função do técnico é treinar o time para que faça mais gols do que leve. Assim na vida como no jogo.

GULLAR, Ferreira Necessidade. Folha de S.Paulo, E, ilustrada, domingo, 30/11/2014

As principais ideias do trecho de Ferreira Gullar (FG) estão selecionadas e apresentadas de forma clara e fiel na seguinte for mulação:

a) Contrariamente a certas pessoas que não acreditam no acaso, FG crê que muito do que ocorre na vida seja fruto do imprevisível, e isso, a despeito do seu quê de assustador, o fascina, pois, segundo ele, faz da vida uma ventura, com a qual não devemos nos preocupar, ainda que nos esforcemos para que nela tudo dê certo.
b) O fato de haver muitas pessoas que acreditam em forças superiores guiando a vida é contrário ao que pensa FG, pois ele opina a favor do acaso, imerso no mistério, cuja busca empreende costumeiramente; mesmo não querendo discutir o tema, que foge a seu escopo, acha fascinante torcer por um "happy end".
c) FG discorre sobre o tema do fatalismo, ressaltando o fascínio da vida pelo que nela há de assustador, mas advoga que quem vive não deve se preocupar com isso, mas em imitar o jogo: vence aquele que faz mais gols, não o que leva mais gols, contrariamente ao que pensam certas pessoas fatalistas.
d) FG assevera que é inerente ao óbvio esconder mistérios, e, por isso, ele frequentemente busca desvendá-lo; numa dessas incursões, descobriu que a maioria das pessoas acredita que, na vida, tudo está previamente determinado, ideia que ele rejeita por levar em conta a quantidade de gente do planeta.
e) Lançando a ideia de que o óbvio deve ser cultivado, pelo seu caráter misterioso, FG acha difícil, pela indagação feita, que as coisas se deem por forças superiores, principalmente por acreditar que a vida tem muito de um jogo: ganha o que está mais bem treinado para vencer os obstáculos da existência,

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca FCC

SEFAZ - PI - Auditor Fiscal da Fazenda Estadual - P1

Ano de 2015

Considere o trecho abaixo transcrito

1) Como costumo dizer, estou a cada momento descobrindo o óbvio. É que, às vezes, o óbvio, por ser óbvio, esconde o
mistério, ou, pelo menos, é o que me parece.
Uma das coisas óbvias que descobri é que muito troço na vida resulta, em boa parte, do acaso.
Sei que há pessoas que pensam o contrário, pois acreditam que tudo o que acontece já estava determinado. Acho isso
5) difícil, quando mais não seja porque, sem falar no resto, só de gente no planeta há atualmente muitos bilhões. Já imaginou o
que seria prever e determinar tudo o que deve ocorrer com essa quantidade de gente a cada minuto?
Bem, não vou discutir esse tema porque não é ele que me traz a essa conversa com você. Acho fascinante ainda que um tanto assustador
o fato de que o que pode nos acontecer seja imprevisível. Faz da vida uma aventura, e o jeito é torcer
por um "happy end".
10) Mas o melhor mesmo é não se preocupar com isso e deixar o barco correr solto. Isso não significa não tentar fazer com
que tudo dê certo, ou seja, que busquemos o melhor, a felicidade, a alegria.
É como no futebol: a função do técnico é treinar o time para que faça mais gols do que leve. Assim na vida como no jogo.

GULLAR, Ferreira Necessidade. Folha de S.Paulo, E, ilustrada, domingo, 30/11/2014

Definido como uma crônica reflexiva, o texto apresenta diversas sequências tipológicas, dentre elas a descrição e a narração. Apresentam-se como traços linguísticos dessas tipologias, respectivamente:

A firma-se com correção:

a) O futuro do subjuntivo do verbo prever (linha 6) tem, com exceção da vogal da primeira sílaba, forma idêntica à do futuro do subjuntivo do verbo "prover".
b) Observada a organização sintática da frase (linhas 7 e 8), é também adequada esta outra pontuação para o período original "Acho fascinante (ainda que um tanto assustador), o fato de que o que pode nos acontecer, seja imprevisível".
c) Além do fato de ser veiculado pelo jornal, o que define que o texto de Ferreira Gullar seja exemplo de uso informal da linguagem é o assunto abordado.
d) Transposta a frase Já imaginou ... a cada minuto?, em seu contexto, para o discurso indireto, tem-se a forma "FG indagou se o leitor já teria imaginado o que seria prever e determinar tudo o que deve ocorrer com aquela quantidade de gente a cada minuto".
e) Na frase Acho fascinante - ainda que um tanto assustador ? o fato de que o que pode nos acontecer seja imprevisível, temos exemplo de emprego de pronome demonstrativo referindo-se ao sentido geral de uma frase.

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESGRANRIO

PETROBRAS - Profissional Júnior - Administração

Ano de 2015

Meu ideal seria escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada
que aquela moça que está doente naquela casa
cinzenta, quando lesse minha história no jornal, risse,
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse "Ai,
5) meu Deus, que história mais engraçada!". E então a
contasse para a cozinheira e telefonasse para duas
ou três amigas para contar a história; e todos a quem
ela contasse rissem muito e ficassem alegremente
espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha histó-
10) ria fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro,
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada,
doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o
próprio riso, e depois repetisse para si própria Mas
essa história é mesmo muito engraçada!
15) Que um casal que estivesse em casa mal-humorado,
o marido bastante aborrecido com a mulher,
a mulher bastante irritada com o marido, que esse
casal também fosse atingido pela minha história. O
marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a
20) irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de
sua má vontade, tomasse conhecimento da história,
ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem
poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um,
ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre
25) tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria
perdida de estarem juntos.
Que, nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas
de espera, a minha história chegasse e tão fascinantemente
de graça, tão irresistível, tão colorida e
30) tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas
de alegria; que o comissário do distrito, depois
de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados
e também aquelas pobres mulheres colhidas na
calçada e lhes dissesse "Por favor, se comportem,
35) que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que
assim todos tratassem melhor seus empregados,
seus dependentes e seus semelhantes em alegre e
espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo
40) e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a
um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin,
a um japonês, em Chicago mas que em todas as
línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o
seu encanto surpreendente; e que, no fundo de uma
45) aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e
muito velho dissesse: Nunca ouvi uma história assim
tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu
a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história
não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi
50) com certeza algum anjo tagarela que a contou aos
ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou
que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do
céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento;
é divina.
55) E, quando todos me perguntassem Mas de
onde é que você tirou essa história?, eu responderia
que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na
rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido,
e que por sinal começara a contar assim:
60) Ontem ouvi um sujeito contar uma história...
E eu esconderia completamente a humilde verdade:
que eu inventei toda a minha história em um
só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça
que está doente, que sempre está doente e sempre
65) está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta
de meu bairro.
BRAGA, R. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967. p. 91.
Considerando-se a força simbólica do termo destacado em “quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta
de meu bairro.” (l 63-66), seria possível, respeitando sua função semântica no contexto, substituí-lo por

a) ultrapassada
b) confusa
c) velha
d) turva
e) triste

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESGRANRIO

PETROBRAS - Profissional Júnior - Administração

Ano de 2015

Meu ideal seria escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada
que aquela moça que está doente naquela casa
cinzenta, quando lesse minha história no jornal, risse,
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse "Ai,
5) meu Deus, que história mais engraçada!". E então a
contasse para a cozinheira e telefonasse para duas
ou três amigas para contar a história; e todos a quem
ela contasse rissem muito e ficassem alegremente
espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha histó-
10) ria fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro,
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada,
doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o
próprio riso, e depois repetisse para si própria Mas
essa história é mesmo muito engraçada!
15) Que um casal que estivesse em casa mal-humorado,
o marido bastante aborrecido com a mulher,
a mulher bastante irritada com o marido, que esse
casal também fosse atingido pela minha história. O
marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a
20) irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de
sua má vontade, tomasse conhecimento da história,
ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem
poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um,
ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre
25) tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria
perdida de estarem juntos.
Que, nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas
de espera, a minha história chegasse e tão fascinantemente
de graça, tão irresistível, tão colorida e
30) tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas
de alegria; que o comissário do distrito, depois
de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados
e também aquelas pobres mulheres colhidas na
calçada e lhes dissesse "Por favor, se comportem,
35) que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que
assim todos tratassem melhor seus empregados,
seus dependentes e seus semelhantes em alegre e
espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo
40) e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a
um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin,
a um japonês, em Chicago mas que em todas as
línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o
seu encanto surpreendente; e que, no fundo de uma
45) aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e
muito velho dissesse: Nunca ouvi uma história assim
tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu
a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história
não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi
50) com certeza algum anjo tagarela que a contou aos
ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou
que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do
céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento;
é divina.
55) E, quando todos me perguntassem Mas de
onde é que você tirou essa história?, eu responderia
que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na
rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido,
e que por sinal começara a contar assim:
60) Ontem ouvi um sujeito contar uma história...
E eu esconderia completamente a humilde verdade:
que eu inventei toda a minha história em um
só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça
que está doente, que sempre está doente e sempre
65) está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta
de meu bairro.
BRAGA, R. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967. p. 91.

A oração destacada em “e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro” (l. 22-25) poderia ser reescrita, sem prejuízo à norma-padrão e à semântica do período, como

a) para que ouvisse aquele riso do outro.
b) porém ouça aquele riso do outro.
c) de modo a ouvir aquele riso do outro.
d) quando ouvisse aquele riso do outro.
e) conquanto ouvisse aquele riso do outro,

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESGRANRIO

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Ano de 2015

Meu ideal seria escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada
que aquela moça que está doente naquela casa
cinzenta, quando lesse minha história no jornal, risse,
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse "Ai,
5) meu Deus, que história mais engraçada!". E então a
contasse para a cozinheira e telefonasse para duas
ou três amigas para contar a história; e todos a quem
ela contasse rissem muito e ficassem alegremente
espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha histó-
10) ria fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro,
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada,
doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o
próprio riso, e depois repetisse para si própria Mas
essa história é mesmo muito engraçada!
15) Que um casal que estivesse em casa mal-humorado,
o marido bastante aborrecido com a mulher,
a mulher bastante irritada com o marido, que esse
casal também fosse atingido pela minha história. O
marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a
20) irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de
sua má vontade, tomasse conhecimento da história,
ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem
poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um,
ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre
25) tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria
perdida de estarem juntos.
Que, nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas
de espera, a minha história chegasse e tão fascinantemente
de graça, tão irresistível, tão colorida e
30) tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas
de alegria; que o comissário do distrito, depois
de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados
e também aquelas pobres mulheres colhidas na
calçada e lhes dissesse "Por favor, se comportem,
35) que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que
assim todos tratassem melhor seus empregados,
seus dependentes e seus semelhantes em alegre e
espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo
40) e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a
um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin,
a um japonês, em Chicago mas que em todas as
línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o
seu encanto surpreendente; e que, no fundo de uma
45) aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e
muito velho dissesse: Nunca ouvi uma história assim
tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu
a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história
não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi
50) com certeza algum anjo tagarela que a contou aos
ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou
que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do
céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento;
é divina.
55) E, quando todos me perguntassem Mas de
onde é que você tirou essa história?, eu responderia
que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na
rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido,
e que por sinal começara a contar assim:
60) Ontem ouvi um sujeito contar uma história...
E eu esconderia completamente a humilde verdade:
que eu inventei toda a minha história em um
só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça
que está doente, que sempre está doente e sempre
65) está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta
de meu bairro.
BRAGA, R. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967. p. 91.

No trecho “E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo” (l. 61-63), os dois-pontos cumprem o papel de introduzir uma

a) explicação
b) restrição
c) concessão
d) enumeração
e) exclusão

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESGRANRIO

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Ano de 2015

Meu ideal seria escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada
que aquela moça que está doente naquela casa
cinzenta, quando lesse minha história no jornal, risse,
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse "Ai,
5) meu Deus, que história mais engraçada!". E então a
contasse para a cozinheira e telefonasse para duas
ou três amigas para contar a história; e todos a quem
ela contasse rissem muito e ficassem alegremente
espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha histó-
10) ria fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro,
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada,
doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o
próprio riso, e depois repetisse para si própria Mas
essa história é mesmo muito engraçada!
15) Que um casal que estivesse em casa mal-humorado,
o marido bastante aborrecido com a mulher,
a mulher bastante irritada com o marido, que esse
casal também fosse atingido pela minha história. O
marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a
20) irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de
sua má vontade, tomasse conhecimento da história,
ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem
poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um,
ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre
25) tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria
perdida de estarem juntos.
Que, nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas
de espera, a minha história chegasse e tão fascinantemente
de graça, tão irresistível, tão colorida e
30) tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas
de alegria; que o comissário do distrito, depois
de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados
e também aquelas pobres mulheres colhidas na
calçada e lhes dissesse "Por favor, se comportem,
35) que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que
assim todos tratassem melhor seus empregados,
seus dependentes e seus semelhantes em alegre e
espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo
40) e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a
um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin,
a um japonês, em Chicago mas que em todas as
línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o
seu encanto surpreendente; e que, no fundo de uma
45) aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e
muito velho dissesse: Nunca ouvi uma história assim
tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu
a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história
não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi
50) com certeza algum anjo tagarela que a contou aos
ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou
que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do
céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento;
é divina.
55) E, quando todos me perguntassem Mas de
onde é que você tirou essa história?, eu responderia
que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na
rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido,
e que por sinal começara a contar assim:
60) Ontem ouvi um sujeito contar uma história...
E eu esconderia completamente a humilde verdade:
que eu inventei toda a minha história em um
só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça
que está doente, que sempre está doente e sempre
65) está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta
de meu bairro.
BRAGA, R. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967. p. 91.

No período “Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente.” (l. 9-12), a interjeição em destaque apresenta o efeito expressivo de

a) retificação
b) espanto
c) realce
d) adversidade
e) descontinuidade

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESGRANRIO

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Ano de 2015

Meu ideal seria escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada
que aquela moça que está doente naquela casa
cinzenta, quando lesse minha história no jornal, risse,
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse "Ai,
5) meu Deus, que história mais engraçada!". E então a
contasse para a cozinheira e telefonasse para duas
ou três amigas para contar a história; e todos a quem
ela contasse rissem muito e ficassem alegremente
espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha histó-
10) ria fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro,
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada,
doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o
próprio riso, e depois repetisse para si própria Mas
essa história é mesmo muito engraçada!
15) Que um casal que estivesse em casa mal-humorado,
o marido bastante aborrecido com a mulher,
a mulher bastante irritada com o marido, que esse
casal também fosse atingido pela minha história. O
marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a
20) irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de
sua má vontade, tomasse conhecimento da história,
ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem
poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um,
ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre
25) tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria
perdida de estarem juntos.
Que, nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas
de espera, a minha história chegasse e tão fascinantemente
de graça, tão irresistível, tão colorida e
30) tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas
de alegria; que o comissário do distrito, depois
de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados
e também aquelas pobres mulheres colhidas na
calçada e lhes dissesse "Por favor, se comportem,
35) que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que
assim todos tratassem melhor seus empregados,
seus dependentes e seus semelhantes em alegre e
espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo
40) e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a
um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin,
a um japonês, em Chicago mas que em todas as
línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o
seu encanto surpreendente; e que, no fundo de uma
45) aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e
muito velho dissesse: Nunca ouvi uma história assim
tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu
a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história
não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi
50) com certeza algum anjo tagarela que a contou aos
ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou
que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do
céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento;
é divina.
55) E, quando todos me perguntassem Mas de
onde é que você tirou essa história?, eu responderia
que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na
rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido,
e que por sinal começara a contar assim:
60) Ontem ouvi um sujeito contar uma história...
E eu esconderia completamente a humilde verdade:
que eu inventei toda a minha história em um
só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça
que está doente, que sempre está doente e sempre
65) está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta
de meu bairro.
BRAGA, R. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967. p. 91.

Ao estabelecer uma comparação entre sua possível história e um raio de sol (l. 10), o autor busca caracterizar sua escrita como

a) engajada
b) inconstante
c) desnecessária
d) insólita
e) vívida

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESGRANRIO

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Ano de 2015

Meu ideal seria escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada
que aquela moça que está doente naquela casa
cinzenta, quando lesse minha história no jornal, risse,
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse "Ai,
5) meu Deus, que história mais engraçada!". E então a
contasse para a cozinheira e telefonasse para duas
ou três amigas para contar a história; e todos a quem
ela contasse rissem muito e ficassem alegremente
espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha histó-
10) ria fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro,
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada,
doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o
próprio riso, e depois repetisse para si própria Mas
essa história é mesmo muito engraçada!
15) Que um casal que estivesse em casa mal-humorado,
o marido bastante aborrecido com a mulher,
a mulher bastante irritada com o marido, que esse
casal também fosse atingido pela minha história. O
marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a
20) irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de
sua má vontade, tomasse conhecimento da história,
ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem
poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um,
ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre
25) tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria
perdida de estarem juntos.
Que, nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas
de espera, a minha história chegasse e tão fascinantemente
de graça, tão irresistível, tão colorida e
30) tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas
de alegria; que o comissário do distrito, depois
de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados
e também aquelas pobres mulheres colhidas na
calçada e lhes dissesse "Por favor, se comportem,
35) que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que
assim todos tratassem melhor seus empregados,
seus dependentes e seus semelhantes em alegre e
espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo
40) e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a
um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin,
a um japonês, em Chicago mas que em todas as
línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o
seu encanto surpreendente; e que, no fundo de uma
45) aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e
muito velho dissesse: Nunca ouvi uma história assim
tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu
a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história
não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi
50) com certeza algum anjo tagarela que a contou aos
ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou
que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do
céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento;
é divina.
55) E, quando todos me perguntassem Mas de
onde é que você tirou essa história?, eu responderia
que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na
rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido,
e que por sinal começara a contar assim:
60) Ontem ouvi um sujeito contar uma história...
E eu esconderia completamente a humilde verdade:
que eu inventei toda a minha história em um
só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça
que está doente, que sempre está doente e sempre
65) está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta
de meu bairro.
BRAGA, R. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967. p. 91.

Definido como uma crônica reflexiva, o texto apresenta diversas sequências tipológicas, dentre elas a descrição e a narração. Apresentam-se como traços linguísticos dessas tipologias, respectivamente:

a) advérbios de lugar e predicativo do sujeito
b) adjetivos e verbos de ação
c) marcadores temporais e adjetivos
d) verbos no passado e substantivos concretos
e) conjunções adverbiais e discurso direto

A resposta correta é:

Assunto Geral

Banca CESGRANRIO

PETROBRAS - Profissional Júnior - Administração

Ano de 2015

Meu ideal seria escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada
que aquela moça que está doente naquela casa
cinzenta, quando lesse minha história no jornal, risse,
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse "Ai,
5) meu Deus, que história mais engraçada!". E então a
contasse para a cozinheira e telefonasse para duas
ou três amigas para contar a história; e todos a quem
ela contasse rissem muito e ficassem alegremente
espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha histó-
10) ria fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro,
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada,
doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o
próprio riso, e depois repetisse para si própria Mas
essa história é mesmo muito engraçada!
15) Que um casal que estivesse em casa mal-humorado,
o marido bastante aborrecido com a mulher,
a mulher bastante irritada com o marido, que esse
casal também fosse atingido pela minha história. O
marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a
20) irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de
sua má vontade, tomasse conhecimento da história,
ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem
poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um,
ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre
25) tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria
perdida de estarem juntos.
Que, nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas
de espera, a minha história chegasse e tão fascinantemente
de graça, tão irresistível, tão colorida e
30) tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas
de alegria; que o comissário do distrito, depois
de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados
e também aquelas pobres mulheres colhidas na
calçada e lhes dissesse "Por favor, se comportem,
35) que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que
assim todos tratassem melhor seus empregados,
seus dependentes e seus semelhantes em alegre e
espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo
40) e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a
um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin,
a um japonês, em Chicago mas que em todas as
línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o
seu encanto surpreendente; e que, no fundo de uma
45) aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e
muito velho dissesse: Nunca ouvi uma história assim
tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu
a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história
não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi
50) com certeza algum anjo tagarela que a contou aos
ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou
que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do
céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento;
é divina.
55) E, quando todos me perguntassem Mas de
onde é que você tirou essa história?, eu responderia
que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na
rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido,
e que por sinal começara a contar assim:
60) Ontem ouvi um sujeito contar uma história...
E eu esconderia completamente a humilde verdade:
que eu inventei toda a minha história em um
só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça
que está doente, que sempre está doente e sempre
65) está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta
de meu bairro.

BRAGA, R. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967. p. 91.

Em “Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela
moça que está doente naquela casa cinzenta” (l. 1-3), os pronomes demonstrativos assinalados

a) marcam uma crítica implícita do autor.
b) transpõem a narração a um passado recente.
c) implicam ressignificação dos termos  moça e  casa .
d) aproximam o leitor dos elementos da narrativa.
e) apontam para a origem do processo narrativo,

A resposta correta é:

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