Questões de Português
Assunto Redação Oficial
Banca CESPE
TJ - SE - Técnico Judiciário - Judiciária
Ano de 2014
Com relação às características gerais da redação oficial, julgue os itens que se seguem.
O uso de uma forma específica de linguagem administrativa contraria as normas de redação das correspondências oficiais.
A resposta correta é:
Assunto Redação Oficial
Banca CESPE
TJ - SE - Técnico Judiciário - Judiciária
Ano de 2014
Com relação às características gerais da redação oficial, julgue os itens que se seguem.
A redação oficial consiste na comunicação tanto do poder público quanto do particular, com o objetivo de transmitir mensagem de interesse público relevante.
A resposta correta é:
Assunto Redação Oficial
Banca CESPE
TJ - SE - Técnico Judiciário - Judiciária
Ano de 2014
À luz do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens a seguir, a respeito dos aspectos formais das comunicações oficiais.
Os adjetivos empregados em referência aos pronomes de tratamento em uma comunicação oficial devem sempre estar flexionados no masculino, de maneira a resguardar o requisito da uniformidade na redação oficial.
A resposta correta é:
Assunto Redação Oficial
Banca CESPE
TJ - SE - Técnico Judiciário - Judiciária
Ano de 2014
À luz do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens a seguir, a respeito dos aspectos formais das comunicações oficiais.
O uso do vocativo Excelentíssimo Senhor atende ao requisito da formalidade de tratamento nas comunicações oficiais dirigidas a reitores de universidades.
A resposta correta é:
Assunto Redação Oficial
Banca CESPE
TJ - SE - Técnico Judiciário - Judiciária
Ano de 2014
À luz do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens a seguir, a respeito dos aspectos formais das comunicações oficiais.
Para sugerir projeto de ato normativo ao presidente da República, um ministro de Estado deve redigir exposição de motivos, sendo-lhe facultado, nesse caso, o acréscimo de um anexo para a sugestão do projeto.
A resposta correta é:
Assunto Redação Oficial
Banca CESPE
TJ - SE - Técnico Judiciário - Judiciária
Ano de 2014
À luz do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens a seguir, a respeito dos aspectos formais das comunicações oficiais.
Em toda comunicação oficial, exceto nas direcionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acordo com as hierarquias do destinatário e do remetente.
A resposta correta é:
Assunto Geral
Banca CESPE
Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área
Ano de 2014
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a
claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor ? a cabeça
4 da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela
suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando
inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu
7 olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento
a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na
mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos
10 sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta
nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era
uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua
13 marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por
enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às
duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora,
16 com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já
habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste
19 mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação
surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma
senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo
22 e miserável, doce sob sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando
seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente
avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava.
Ambos se olhavam.
Entre tantos seres humanos que estão prontos para se
tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao
mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem
31 latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto
tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele
nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e
34 continuou a fitá-lo.
Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas
37 que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo.
Sabe-se também que sem se falar eles se pediam. Pediam-se
com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol,
ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de
tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos
43 esgotos secos ? lá estava uma menina, como se fora carne de
sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes
de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria,
46 cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência
49 que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua
natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O
52 basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo.
Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa
mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o
55 com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa
e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou
58 para trás.
Clarice Lispector. Tentação. In: Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994.
Considerando aspectos estilísticos, semânticos e gramaticais desse conto, julgue os itens subsequentes.
Não há, no texto, indícios que permitam explicar a escolha do título do conto.
A resposta correta é:
Assunto Geral
Banca CESPE
Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área
Ano de 2014
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a
claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor ? a cabeça
4 da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela
suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando
inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu
7 olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento
a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na
mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos
10 sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta
nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era
uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua
13 marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por
enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às
duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora,
16 com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já
habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste
19 mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação
surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma
senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo
22 e miserável, doce sob sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando
seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente
avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava.
Ambos se olhavam.
Entre tantos seres humanos que estão prontos para se
tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao
mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem
31 latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto
tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele
nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e
34 continuou a fitá-lo.
Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas
37 que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo.
Sabe-se também que sem se falar eles se pediam. Pediam-se
com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol,
ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de
tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos
43 esgotos secos ? lá estava uma menina, como se fora carne de
sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes
de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria,
46 cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência
49 que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua
natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O
52 basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo.
Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa
mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o
55 com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa
e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou
58 para trás.
Clarice Lispector. Tentação. In: Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994.
Considerando aspectos estilísticos, semânticos e gramaticais desse conto, julgue os itens subsequentes.
As formas verbais suportava (L.5) e salvava (L.15), bem como os termos impossibilidade (L.40) e esgotos secos (L.43), apresentados de forma lacunar, introduzem efeito polissêmico no texto.
A resposta correta é:
Assunto Geral
Banca CESPE
Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área
Ano de 2014
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a
claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor ? a cabeça
4 da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela
suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando
inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu
7 olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento
a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na
mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos
10 sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta
nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era
uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua
13 marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por
enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às
duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora,
16 com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já
habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste
19 mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação
surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma
senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo
22 e miserável, doce sob sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando
seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente
avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava.
Ambos se olhavam.
Entre tantos seres humanos que estão prontos para se
tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao
mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem
31 latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto
tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele
nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e
34 continuou a fitá-lo.
Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas
37 que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo.
Sabe-se também que sem se falar eles se pediam. Pediam-se
com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol,
ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de
tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos
43 esgotos secos ? lá estava uma menina, como se fora carne de
sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes
de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria,
46 cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência
49 que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua
natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O
52 basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo.
Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa
mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o
55 com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa
e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou
58 para trás.
Clarice Lispector. Tentação. In: Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994.
Considerando aspectos estilísticos, semânticos e gramaticais desse conto, julgue os itens subsequentes.
A expressão na figura de um cão (L.21) e o termo pasmada (L.25) desempenham, no contexto sintático em que se inserem, a função de complemento nominal e predicativo do sujeito, respectivamente.
A resposta correta é:
Assunto Geral
Banca CESPE
Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área
Ano de 2014
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a
claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor ? a cabeça
4 da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela
suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando
inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu
7 olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento
a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na
mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos
10 sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta
nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era
uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua
13 marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por
enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às
duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora,
16 com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já
habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste
19 mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação
surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma
senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo
22 e miserável, doce sob sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando
seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente
avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava.
Ambos se olhavam.
Entre tantos seres humanos que estão prontos para se
tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao
mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem
31 latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto
tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele
nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e
34 continuou a fitá-lo.
Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas
37 que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo.
Sabe-se também que sem se falar eles se pediam. Pediam-se
com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol,
ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de
tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos
43 esgotos secos ? lá estava uma menina, como se fora carne de
sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes
de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria,
46 cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência
49 que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua
natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O
52 basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo.
Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa
mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o
55 com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa
e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou
58 para trás.
Clarice Lispector. Tentação. In: Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994.
Considerando aspectos estilísticos, semânticos e gramaticais desse conto, julgue os itens subsequentes.
O amplo emprego de predicativos no texto, com destaque para o uso da prosopografia, é consentâneo com a atmosfera psicológica do conto.
A resposta correta é: